Reduzir a emissão de poluentes na atmosfera, economizar combustível e chamar menos atenção por onde passa. Estas são características do projeto Ônibus Híbrido da Volvo Bus Latin America. Equipado com dois motores, um movido a biodiesel e outro a energia elétrica, o veículo passou por testes em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.
O presidente da empresa, Luis Carlos Pimenta, é direto quanto ao preço. "Não teremos valores até o encerramento dos testes no Brasil. Mas deverá custar cerca de 50% a mais que um ônibus equivalente movido a diesel."
Caro para as companhias de ônibus, barato para a saúde do País. A promessa da empresa, após realizar testes com o modelo que já circula na Europa, é a redução entre 80% e 90% da emissão de poluentes. Também há decréscimo nos ruídos.
E o responsável pela façanha é o motor elétrico I-SAM (Integrated Starter Alternator Motor). Com potência correspondente a 160 cv e torque de 81,5 mkgf, o propulsor é responsável pelas arrancadas do híbrido. De 0 a 20 km/h, ele atua sozinho. Seu companheiro movido a biodiesel fica completamente desligado neste espaço de velocidade. Entra em ação apenas após os 20 km/h, com seus 210 cv.
ELÉTRICO
De acordo com Pimenta, o maior investimento da Volvo foi feito no desenvolvimento de tecnologia para que a necessidade de ligar o propulsor na tomada fosse excluída.
O sistema elétrico é complexo, porém seu funcionamento nem tanto. O freio é a fonte de energia. O motor absorve a energia criada pelas frenagens, a envia para a bateria de íon de lítio com 600 volts, que por sua vez preserva a carga por pequeno tempo. A descarga ocorre na aceleração.
"Como a bateria carrega rápido, o melhor desempenho do motor ocorre quando o ônibus arranca e para, arranca e para", afirma o engenheiro de vendas da Volvo Bus Latin America, Fábio Lorençon.
A ideia de aproveitar a energia da frenagem foi baseada em pesquisas da Volvo no mundo. Segundo Lorençon, 76% das perdas de combustível dos ônibus que rodam em áreas urbanas são provenientes do excesso da utilização do freio. "Então suprimos este gasto com eletricidade", diz.
COMBUSTÍVEL
No embalo da redução de gastos, Pimenta afirma que, nas experiências europeias, o híbrido atingiu até 43% de economia de combustível. Porém a expectativa para o Brasil é que a queda não supere os 35%. "Tudo vai depender da topografia em que o veículo rodar", afirmou.
Outros pontos que auxiliam o menor consumo de biodiesel são a direção e sistemas auxiliares, ambos elétricos. "Reduzem o consumo, melhoram o desempenho do veículo e possibilitam o desligamento completo do motor diesel", detalha Lorençon.
O objetivo da empresa, com o modelo, é a fabricação completa na unidade de Curitiba. Mas Pimenta não arrisca datas. "É difícil, pois lá fora eles produzem o ônibus inteiro. E aqui temos a capacidade de montar, por enquanto, o chassi", acrescenta. Ele declara que a comercialização no País, se os testes forem positivos, começa em 2012.